A terceira Copa Kylix de hidromel está com as inscrições abertas à partir de hoje. Se você produz seus hidroméis é uma grande oportunidade de ter seus hidroméis avaliados por experientes juízes e obter um excelente retorno sobre suas produções.
Foi divulgado hoje pela Associação Sul Brasileira de Produtores de Hidromel os regulamentos da II Copa Kylix. Digo regulamentos pois esse anos a Copa terá duas modalidades: caseiros e profissionais que foram devidamente separados em regulamentos à parte e terão cada uma seu julgamento.
Esse ano a Copa Kylix será na cidade de Curitiba – PR e deverá acontecer nos dias 12 e 13 de outubro e a divulgação dos resultados será no dia 14. A exemplo da primeira edição a competição caseira e a profissional serão devidamente sancionadas pelo BJCP e deverá acontecer com grande participação de juízes de hidromel certificados pela mesmo organização.
As inscrições iniciam em 15 de agosto e finaliza em 30 de setembro, então todos tem bastante tempo para se programar e não ficar de fora da competição. Os valores são de R$ 50 por amostra para hidromeleiros caseiros (R$ 30 para membros da associação) e de R$ 75 para produtores profissionais.
Seguem os resultados oficiais da I Copa Kylix de Hidromel que foram revelados durante o V EAPAH que aconteceu em Nova Petrópolis – RS nesse último final de semana e que foi sensacional (falarei mais dele na próxima postagem, amanhã). A Diretoria da ASH também já definiu a data para a II Copa Kylix de Hidromel que será de 07 a 09 de Setembro em Curitiba – PR e será novamente aberta para participantes de todo o país, com desconto para membros da ASH, claro.
O nível das 49 amostras participantes foi muito legal e surpreendeu positivamente os juízes. Parabéns a todos os que competiram, todos ganham em ter a chance de melhorar seus hidroméis através das súmulas que serão enviadas para os participantes nos próximos dias. Parabéns em especial aos vencedores das categorias e do BOS!
Resultado da Classificação da I Copa Kylix de Hidromeis!
Ganhadores do Best Of Show:
1° Álvaro Munhoz
2° Luis Felipe de Moraes
3° Luis Felipe de Moraes Segue a classificação dos ganhadores por categoria:
Hidromeis Tradicionais:
1° Álvaro Munhoz
2° João Bragaia
3° Carlo Moro
No último fim de semana aconteceu em Porto Alegre – RS a I Copa Kylix de Hidromel. O evento foi organizado pela ASH (Associação Sul Brasileira de Produtores de Hidromel) e teve como Diretor de Competição Julio Fava, vice-presidente da mesma e foi aberto para a participação de produtores caseiros de todo o Brasil, associados ou não da ASH.
Amostras
O evento teve 49 amostras recebidas e fora necessários dois dias de julgamento para concluir a análise de todas elas. No primeiro dia foi feito o julgamento dos critérios técnicos com o preenchimento das súmulas de avaliação que serão posteriormente enviadas aos participantes para que possam conferir os acertos e erros de suas produções e usar essa informação para produzir sempre melhores hidroméis. No segundo dia foram decididos os campeões das categorias (Mini-BOS) e os primeiros colocados das categorias disputaram os troféus do Best Of Show (BOS). Os resultados estão sob a guarda do Diretor da Competição e apenas ele poderá ligar as amostras aos ganhadores.
Resultados
O divulgação do resultado oficial e a entrega dos prêmios acontecerão no dia 02/12 durante o EAPAH que acontecerá em Nova Petrópolis – RS. Serão premiados com medalhas os três primeiros colocados de cada categoria de premiação – que é diferente da categoria de inscrição, nesta competição foram agrupadas em 4 (Tradicional, Hidromel de Fruta, Hidromel de Especiarias e Hidromel de Especialidade) – e com troféus os 3 finalistas do BOS.
A ASH irá promover anualmente a competição e a data e local da próxima edição já foi definida, devendo ser divulgada no mesmo evento.
Qualidade acima de tudo.
A qualidade dos hidroméis surpreendeu positivamente os juízes que por várias vezes elogiaram diversas amostras presentes. Vários tinham com certeza um nível altíssimo e isso aconteceu nas mais diversas categorias. Como um dos juízes do concurso posso afirmar que foi o melhor concurso que já julguei no quesito qualidade das amostras.
Pouquíssimos hidroméis com problemas de clarificação (deu para contar no dedo de uma mão) e a grande maioria dos problemas de produção eram pontuais e de fácil correção, necessitando ajustes apenas. Algumas amostras necessitavam de apenas de um pequeno polimento para se tornarem grandes hidroméis.
Deixo aqui meus parabéns a todos os participantes pelo elevado nível.
Não era Mazer Cup Brasil???
Na ante véspera do início da competição recebemos um comunicado vindo diretamente do presidente da Mazer Cup International, informando que nem todos os contatos e trâmites necessários para a obtenção do direito de uso do nome Mazer Cup Brasil foram
devidamente concluídos e que por isso solicitava a mudança de nome. Sendo todos os breves contatos conduzidos dentro da esfera da boa-fé, a ASH e o Diretor da Competição decidiram pedir desculpas pelo acontecido e alterar o nome para Copa Kylix de Hidromel, nome com o qual a competição deve permanecer nas próximas edições mesmo existindo uma abertura para a parceria devidamente oficializada com a Mazer Cup International.
O que mudou foi o nome, mas a grandiosidade do acontecimento foi a mesma.
Minha participação
Sinto-me duplamente feliz com essa competição, tanto por ser levada a cabo com o apoio da ASH tanto como por poder fazer parte do quadro de juízes da mesma. Gostaria de ter julgado todas as categorias dado o ótimo nível das amostras – mas como também tinha amostras escritas, obviamente não pude – e espero que o nível siga do que vimos para cima.
Gostaria de parabenizar o Diretor da Competição, Julio Fava e também a Raquel Fava, pela impecável organização dos trabalhos. Parabéns também aos membros da associação que trabalharam em conjunto para que isso acontecesse!
Parabenizo os juízes e auxiliares que doaram seu tempo e esforços para o efetivo crescimento da cultura hidromeleira no país, são eles:
Idevar Fadel
Bruno Maia de Oliveira
Nicolás Mega
Sandro Nunes Zeni
Gabriela Lando
Aguardemos, ansiosos, os resultados da competição! Irei divulgar aqui no site assim que tiver notícia dos mesmos.
Sempre que nos propomos a preparar o nosso próprio hidromel (e outras bebidas) colocamos nela não apenas os nosso esforços mas também a nossa maior expectativa de que o processo todo ocorra bem e que no final tenhamos algo que seja prazeroso e nos dê orgulho ao beber ou mesmo oferecer para nossos amigos. Produzir algo de que nos orgulhamos é sempre um enorme prazer e trás aquela sensação de que todo o esforço foi bem aplicado. Porém, existe uma grande – leiam enorme – diferença entre eu gostar do que produzi e entre essa produção estar realmente bem elaborada. São duas categorias extremamente distintas e quando nos propomos a evoluir com nossas produções e métodos produtivos devemos fazer essa distinção claramente e aprender a analisar nosso hidromel friamente em busca de erros e acertos.
Pensando nisso escrevo este texto de hoje. Vamos dar uma olhada geral nas técnicas de avaliação de hidromel e aprender a crescer com isso.
Deixar a paixão de lado é a primeira atitude – e a mais importante – quando me proponho a uma avaliação técnica. Não posso sequer pensar no esforço ou no trabalho que tive ou deixar que a expectativa que criei ao longo do tempo me façam relevar possíveis erros encontrados durante esta análise. Seja frio om sua análise.
Estar em um ambiente e estado adequados é importante.
Boa luminosidade, de preferência luz branca para não interferir na cor do hidromel. Ter um fundo branco, que pode ser até mesmo uma folha de sulfite, para olhar o hidromel e enxergar melhor as nuances, brilho, turbidez e partículas em suspensão.
Perfumes e odores fortes devem ser evitados no dia e local da análise, tome cuidado até mesmo com o que usa para lavar as mãos, pois esse aroma pode interferir no julgamento.
Não faça análises quando cansado ou embriagado, os dois irão fazer com que deixe passar características importantes na sua avaliação.
Consumir substâncias de sabor forte ou fumar antes da avaliação irão trazer dificuldades para o julgamento.
Observados as indicações acima é importante também ter onde anotar todos os detalhes da avaliação que fizer, cada uma das características notadas, acertos e o que os ocasionou, erros e o que os ocasionou e o que fazer para corrigi-los para as próximas levas.
Disponibilizo a ficha de avaliação do BJCP para caso queiram usá-la nas avaliações e também outra ficha de minha autoria.
Use uma taça adequada para a bebida que está usando. O ideal é uma taça modelo ISO que foi desenvolvida para avaliações do tipo, não é difícil de achar e não é tão cara assim, então ter uma ou duas taças deste modelo em casa é sempre uma boa idéia. Certifique-se de que a taça esteja bem lavada e sem resíduos de sabão/detergente antes de usá-la.
Coloque uma amostra na taça, tente colocar o hidromel até o ponto onde a taça tem sua máxima abertura no bojo interno, assim terá uma melhor volatilização dos aromas presentes.
A primeira parte a ser analisada é a visual.
Cor: a cor deve corresponder às matérias primas utilizadas. Se usei amoras no hidromel e não são sequer perceptíveis no visual podem ter sido em quantidade insuficiente ou ainda a clarificação com agente clarificante pode ter sido excessiva. A cor também deve representar o mel usado na receita ou o método (Bouchet escurece o mel).
Transparência: O hidromel deve estar livre de turbidez, que pode ser causada por leveduras ainda em suspensão – clarificação insuficiente – ou restos de matéria prima utilizada como pedaços de frutas, etc.
Brilho: o hidromel não pode ser opaco, a levedura também atrapalha aqui e também contaminação pode ser fonte da perda de brilho.
Se frizante ou espumante a perlage (bolhas da carbonatação) deve corresponder ao estilo, quando menores e mais intensas e persistentes melhor. Elegância é fator chave aqui. Se não tem referência sobre tamanho e volume de perlage procure visualizar vídeos de bebidas frizantes e espumantes.
A segunda parte é a olfativa.
Aromas podem ser difíceis de identificar para quem não tem prática em degustações técnicas. Minha recomendação inicial é você procurar aumentar sua biblioteca olfativa – cheire as coisas como se não houvesse amanhã – e participe de algumas degustações guiadas se possível ou acompanhado de alguém com prática para que comece a desenvolver essa competência.
Os aromas devem corresponder ao que se usou no hidromel e os ingredientes não podem se sobrepor ao ponto de um mascarar ao outro. Tudo deve estar em equilíbrio e agradável. Um hidromel que vai modificando os aromas na taça conforme passa o tempo é um hidromel que mostra complexidade e riqueza aromática. O aroma não precisa ser intenso para ser bom, delicadeza e elegância também são fatores importantes. Tudo deve ser levado em consideração de acordo com a proposta do hidromel em questão.
O aroma do mel deve estar sempre presente e em harmonia com os demais ingredientes se houverem. O aroma de mel cru não é bem vindo no hidromel.
Se utilizando diversas frutas no mesmo hidromel não é necessário que todas elas sejam perceptíveis em separado, mas tem que ser harmoniosas no aroma.
Especiarias e frutas quando usadas juntas devem se completar e não competir entre si.
Aromas que não deveriam estar ali devem ser avaliados e sua fonte descoberta para modificações em processos futuros.
Qualquer aroma desagradável deve ser classificado como um erro de receita – ingredientes – ou execução da mesma. Identifique a fonte e corrija para as próximas.
Agora vem a parte gustativa.
Antes de qualquer coisa, degustar não é simplesmente engolir. Cada parte de nossa boca tem a capacidade para sentir um sabor ou sensação diferente. A acidez você sente no fundo da mandíbula – como uma limonada sem açúcar – já os taninos são sentidos na gengiva em forma de adstringência – como uma banana verde – o álcool você sente como o aquecimento em toda a língua e a boca como um todo. E ainda temos os sabores – azedo, amargo, doce, ácido e umani – que sentimos em diferentes partes da língua. Para podermos ter todas estas sensações devemos fazer com que o hidromel passe por toda a nossa boca, fazendo com que ele passe de um lado para o outro e apenas quando ele cobriu toda a boca podemos engolir. Faça o teste de colocar um gola na boca e apenas engolir e na sequência faça como orientado acima e verá a enorme diferença.
Os sabores devem ser equilibrados e agradáveis. Quando falo em equilíbrio são em relação as sensações causadas em minha boca. Ex: quando um hidromel é suave o dulçor não deve ser enjoativo, deve ter acidez suficiente para equilibrar esse dulçor.
O sabor deve corresponder ao que se sentiu no nariz, em potência, tipo e complexidade de aromas. É meio decepcionante quando sentimos os aromas de um hidromel e este é incrível e promissor e quando o colocamos na boca é magro e sem vida… O bom hidromel deve se equivaler em diferentes etapas da degustação.
Quando engolir o hidromel observe o aquecimento de boca, não deve ser exagerado, se exagerado ou parecendo químicos – acetona – pode ser álcoois superiores. Deve corresponder ao nível alcoólico da receita. As sensações que permanecem na boca devem ser todas agradáveis, amargor, acidez ou adstringência em excesso não são desejáveis.
Persistência do hidromel é quando mesmo depois de engolir o mesmo os aromas e sabores permanecem na sua boca por um longo período de tempo. Hidroméis encorpados e potentes tendem a ser mais longos na boca, e hidroméis leves e delicados tendem a ser mais ligeiros na persistência.
Por último e mais subjetivamente pode analisar o conjunto
que o hidromel forma. Todas as sensações e o prazer geral em beber aquele hidromel e se você beberia ele sozinho, se precisaria de comida para acompanhar, se é um hidromel fácil ou não conseguiria beber mais que algumas taças por vez. Identificar a que propósito aquele hidromel serve, bem como a que público é interessante. O mesmo hidromel não serve para todos…
Para saber o que fazer com alguns problemas que pode vir a encontrar no seu hidromel usando as técnicas aprendidas nesse artigo, acesso o artigo: Problemas e Soluções no Hidromel
Lembre-se de que você gostar do hidromel que você mesmo fez e colocou tanta expectativa é uma coisa e ele ser tecnicamente interessante e bem produzido é um coisa completamente diferente. Então analise seu hidromel e não perca a chance de evoluir. Se de qualquer maneira não se julga capaz de fazer o julgamento do seu próprio hidromel, chame pessoas que o julgarão imparcialmente ou envie para concursos que ainda é a melhor fonte de informações para o seu crescimento como hidromeleiro.
Se você costuma participar de concursos com seus hidroméis é hora de começar a pensar (na verdade já deveria estar pensando) em qual hidromel é merecedor de ser enviado para o próximo Mazer Cup! O próximo evento será nos dias 09, 10 e 11 de março de 2017 e temos que estar prontos no começo do ano!
Bom dia! Passando para lembrar a todos que à partir de hoje estão abertas as inscrições para o IV Concurso Estadual de Cervejas Caseiras da ACervA Catarinense! Se você gostaria de inscrever seus hidroméis para o concurso a hora é agora, não deixe para depois!
Leia e releia o regulamento para evitar surpresas!
Olá a todos! Seguimos com mais uma notícia para as pessoas que querem ter seus hidroméis competindo contra os melhores do mundo! Desde ontem, 12/01, estão abertas as incrições para a Mazer Cup 2015. Nesta competições são aceitas inscrições de qualquer lugar do mundo, existem categorias para produtores caseiros e para produtores comerciais (que fora do Brasil são muitos), e a elite do mundo do hidromel como juízes. É seguramente a melhor oportunidade para avaliar seus hidroméis.